terça-feira, 11 de setembro de 2012

BRASIL



Verde
Eras teu solo
Recebeste em teu colo
Pés que te prendeste

Amarelo
O ouro roubado
O povo ousado
Que veio calado
Destruir o belo

Azul
Do teu céu imenso e estrelado
Revelado em lagos e oceano
Nos olhos do outro abraçado
Por um negro escravizado

Branco
Que surgiu em meio ao negro
Trouxe a escrita e a letra
Canetas de fogo e ganância
Termina em morte a liberdade
Escravizada na fala da tua sorte

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A fala do poeta




Grandes poetas falam de grandes mulheres
Poetas falam de mulheres inteligentes, mulheres maduras
Mulheres lindas e mulheres feias
Mas as feias não são assim

Porque não há mulher feia
A sua beleza é interna, única
Mulheres que viveram e mulheres que morreram
Mulheres que sabem ser mulheres

Poetas que falaram de mulheres da vida
Eu, porém, como poeta que sou
Falo apenas de uma mulher
A mulher da minha vida

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Poeta ambulante


Bom dia, senhoras e senhores! Eu poderia estar roubando, eu poderia estar matando. Mas estou aqui declamando, recitando... Hoje, trago aqui, dois ou três poemas em minha mão. Mas que não estão em promoção. E também não virou o caminhão! Aí fora, estão cobrando cerca de 20 ou 30 aplausos por poema. Eu ofereço dois poemas por apenas 15 aplausos. E se você levar mais um, eu aplaudo você. Alguém aí vai querer? Quem mais, quem mais? Olha que está acabando! Poesia está em extinção. Gente, poesia não se acha em qualquer esquina! To indo, hein! Mais alguém?


Aos que compraram, meu muito obrigado! Aos que não puderam, agradeço da mesma forma!



Eu sou um poema ambulante. E me orgulho disto!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O escritor, a caneta e o papel



A mão do escritor se aproxima da caneta. A caneta olha pra ele e diz:
- O que você quer comigo?
- Apenas escrever em folhas de papel.
- Mas eu preciso saber o que será escrito, pois eu posso falhar.
O escritor para e pensa. Olha vagarosamente para o papel e pergunta:

- O que você quer que eu escreva?
O papel, mesmo branco e pálido de temor, responde:
- Palavras que não precisem ser apagadas. Frases que não necessitem ser esquecidas e histórias que jamais sejam perdidas.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

FAVELA





FAVELA

 As ruas, antes feitas de barro
Os pés dos meninos chutavam a bola
A mãe gritava: Menino, cuidado com o carro!
E outros, voltavam da escola
As pipas no céu coloriam os dias
Peões giravam, enquanto meninas pulavam
A pobreza esquecida nas alegrias
Adolescentes nas esquinas, cantavam
Um som abrupto rasga a noite
Silêncio e medo dominam o terreno
E no sereno noturno, o cheiro do sangue
É o fim da vida daquele pequeno
A aquarela de tinta vermelha
Descoloriu a vida daquela favela

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O menino e o sol dourado





    Certo dia, um menino disse ao seu pai que tinha visto o sol dourado. - Mas, meu filho, o sol sempre foi dourado - disse o pai com um sorriso discreto no rosto.
    O sol, neste momento, estava mais para vermelho do que para dourado. Era o pôr do sol. No dia seguinte, o menino acordou lá pelas 5:30h da manhã só para ver o sol nascer. E quando ele aparecia, era como se junto com ele viesse a felicidade. O menino pulava de alegria e gritava bem alto: o sol! Ali está o sol! Olhem, venham ver como é lindo! - ele saía pela casa toda e acabava acordando a todos. Depois de alguns poucos dias desta descoberta, seu pai o chamou e disse: - meu filho, o sol nasce todos os dias. Você não precisa fazer toda essa festa de manhã cedo e acordar os outros que estão dormindo. 
    O pai do menino trabalhava como caminhoneiro e não ficava muito tempo em casa. Nesses últimos dias em casa, estranhou muito o comportamento do seu filho. Porém, não sabia de algo que estaria por revelar-se. Algo que sua esposa ainda não tinha contado para ele.
    Então, seu filho, que era tão alegre e contagiante com a questão do sol, disse: - papai, sabe porque fico tão feliz quando nasce o sol?
    Não, meu filho - respondeu o pai com muita curiosidade.
    Papai, é porque há dois ou três dias, fui ao médico com a mamãe e descobri que estou ficando cego. E a única coisa que consigo ver nitidamente é o sol dourado.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A carta




A carta

Eu queria lhe escrever uma carta romântica
Uma carta sentimental
Onde eu pudesse expressar
O que só você deve saber

Eu queria desafiar o perigo
Eu queria desafiar a vida
Eu queria o seu abrigo
Para a minha alma ferida

Nunca mais amei ninguém
Desde que você partiu
Não quero culpar alguém
Por este ato vil

Minhas palavras são versos soltos
Não consigo falar junto ao coração
Os verbos se tornam tolos
Sem a concordância da paixão

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Previsão do tempo




Previsão do tempo 


Tempo parcialmente nublado com probabilidade predicativas de indeterminadas chuvas. Na subida da Rua Mesócles, um sujeito caiu dentro de um trema e veio a falecer. Outras duas pessoas ficaram gravemente feridas na caixa baixa: o sr. Hífen e a dona Crase. Alguns pontos da cidade permanecem em estado de exclamação. A população requer uma resposta do governo. As interrogações são constantes. O povo quer saber quando, como e porque de tudo isto. Neste contexto, não podemos esquecer dos empregos. O governo disponibilizou alguns verbos para os programas radicais de coesão das classes mais gramaticais. Resta saber se a preposição votará contra no pleonasmo federal. Algumas conjunções adversativas manifestam no espaço de Brasília. Com isso, a senadora Reticência Vírgula Parágrafo, verbalizou sua análise no discurso dado ontem à noite contra o movimento transitivo indireto. Entretanto, não podemos ainda ter um resultado da interpretação textual e tão pouco de que o governo irá fazer nesta frase. Mas uma certeza nós temos: que o ponto final desta história não acabará em pizza.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Boca em chamas




Boca em chamas
(Luciano Deschamps)

Em sua pele
Refletindo o brilho dos seus cabelos
Sinto o seu cheiro de mulher

Seu calor é o sol
Sua boca...
Que chama a minha para a paixão
Me atraio nesse olhar
E te beijo no mar desta emoção...

Minha boca aquece
Chama da sua na minha
Queima minha língua de desejo
Única

Tom sobre tom
Pele sobre a minha
Pelos inteiros e medidos
Suspiros, respiros e delírios

Linha longa nos separa
Linha fina nos apara
Repentina atração inesperada
Seu nome lindo me acalma.

domingo, 3 de junho de 2012

Ato - Luciano Deschamps




ATO


Em teus seios que me prendo envolto aos teus olhares
Tragado pela coxa entre mim envolta
Em beijos leves que em mim me segues
Subo e desço e te deixo louca

domingo, 6 de maio de 2012

Atriz


Atriz
Luciano Deschamps
12/2010

Em olhos que guardam a luz do palco
e em um abraço aquece o ato
consumado, ensaiado, decorado
rosto pálido, enfático, sorriso branco, opaco...

Fala a língua afiada palavras memorizadas
solta pausas, compassos e paradas
lenta, rápida, mágica, baixa, alta - entonação
resume perfeita a sua encenação

Sobe a cortina, você aparece
A luz acende e você obedece
Luz, som, público, aplausos
Lágrimas, suspiros, sustos, sorrisos

Blackout! Silêncio – longa pausa
Suspense, clímax, descanso, calma
Plateia levanta, aplaude de pé
Você recebe, sorri e agradece
A cortina se fecha e fica a saudade

sábado, 5 de maio de 2012

Minha vassoura

Aos meus 8 anos de idade, escrevi este poema. Com o passar dos anos, adaptei a linguagem do poema, mas a essência permanece. Espero que gostem.



Eu tinha uma vassoura de piaçava
Que parecia viva
Ficava sempre no canto da sala
Esperando a próxima varrida

Às vezes alguém a pegava
Pelo cabo de madeira
Colocavam um pano na ponta
E limpavam a sala inteira

Era o cúmulo
O acúmulo da sujeira na piaçava
Assim a vassoura não respirava!
Sonhava que alguém a limpasse
E de cabeça para cima a colocasse

O tempo passou e a vassoura se acabou
Tristes “memórias de um cabo de vassoura”
Quando enfim cheguei e olhei
Joguei-a fora, e outra vassoura comprei.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Eu te amo!



Ah! Que saudades de ti!

Tu que ainda percorres em meus sonhos

Marcaste até minh’alma com teu sorriso
E esquecer-te será impossível



Quando fecho os meus olhos

A tua imagem surge suavemente
Um abraço, um toque, um carinho.
Teus lábios, todo sentimento...



Sou egoísta, pois te quero por inteira

Somente minha
Anseio por beijar-te
Penso nas delícias do teu corpo
E o desejo torna-se mais forte do que eu.



Te quero tanto, tanto, tanto...



Eu te amo.

domingo, 29 de abril de 2012

Meu nome



Certa vez perguntei-me:
Qual é o meu nome?

Então respondi-me:
Meu nome é Luciano

Mas só isso???
Não!!! Meu nome é mais!

Meu nome é luz, é vida!
Meu nome significa!

Meu nome é iluminado!
É aquele que traz a luz, o que tem luz.
Meu nome é vida!

Meu sobrenome é: Dos Campos.
Então meu nome já não é tão pequeno assim
É a luz que ilumina as flores no jardim
Que faz soltar o perfume que vem até mim

Meu nome é doce, é encanto, é choro, é pranto.
Meu nome é amor, é belo.
Meu nome sempre será eterno
Meu nome é a luz dos campos

Meu nome é poético
Meu nome “é eu”

sábado, 28 de abril de 2012

Noite nossa



Meu hálito em seu rosto

cheiro de amor e de paixão
me perturba a mente
abala meu coração



Fecho os olhos com seus beijos
Toque-me de leve com suas mãos
Segure meu corpo
E me leve ao paraíso



Nesta noite de amor e prazer
Passeio no seu corpo e na sua alma
Desejos de seus abraços obter
E em meu corpo sentir a calma



Quero apenas ouvir seu coração
Ter você aqui comigo
Numa fantasia sem fim
Venha me fazer feliz com seu sorriso

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Notas de amor

Queria ser todas as notas musicais
Para numa única partitura
Envolvê-la na mais agradável melodia

De uma canção divinamente inspirada
Fruto da união de todos os grandes
Mestres da musicalidade universal
Lhe dar as mais maviosas notas de amor

Pensamentos

Queria pensar os seus pensamentos
Sentir os seus sentimentos
Olhar os nossos próprios momentos
Deliciar-me nas cenas do nosso envolvimento

Pensarei no seu sorriso, lhe amar
Nos seus olhos tão lindos
Verdes como a água do mar

Pensarei que sem você não há amor

domingo, 8 de abril de 2012

Minha vassoura

Eu tinha uma vassoura de piaçava
Que parecia viva
Ficava sempre no canto da sala
Esperando a próxima varrida

Às vezes alguém a pegava
Pelo cabo de madeira
Colocavam um pano na ponta
E limpavam a sala inteira

Era o cúmulo
O acúmulo da sujeira na piaçava
Assim a vassoura não respirava!
Sonhava que alguém a limpasse
E de cabeça para cima a colocasse

O tempo passou e a vassoura se acabou
Tristes “memórias de um cabo de vassoura”
Quando enfim cheguei e olhei
Joguei-a fora, e outra vassoura comprei.

sábado, 7 de abril de 2012

Mulher

Mulher
A janela da vida
Que dá a luz aos nossos olhos
Que dá ao mundo uma criança

Mulher,
Tu que és formosa
Rica por natureza
Fonte desde a primavera
Corajosa e frágil no seu ser

Em dias de adversidades
Encontras forças para suportar
Tu que és tão única
Sempre serás guerreira e valorosa

Mulher,
Tu que és origem de vida
Não terás um dia para ti
Porque todos os dias são teus

Teus olhos vivos como fonte
Gotas de orvalho na noite fria
Palavras sábias saem de tua boca
Ignorantes são os que não te querem
E todos os homens, não são homens sem ti!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Letras

Estou tão envolvido nas letras
Que não me sobra tempo
Vem ter comigo crases perfeitas!
Quando quero passatempo

Rimas, versos, estrofes, parágrafos
Para no ponto, continua na vírgula
Desfaço um trecho e crio pedaços
Pedaços inteiros de prosa minúscula

Reticências não me deixam terminar
Os adjetivos que uso para elogiar
E o texto se forma na sintaxe perfeita
Substantivo comum na coesão da coerência

Nego o acento comum do verbo
Retiro a linha que sobra na página atual
Proponho, então, um adjunto adverbial
E encerro, concluo, ponto final.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Poesia é

é intensão
é ação
é paixão
é sofreguidão
é perseguição
é visão
é ilusão
é realização

é intensidade
é veracidade
é fatalidade
é anormalidade
é santidade
é insanidade

é jasmim
é começo e fim
é o não e o sim
é você e mim

poesia é vida
é viver a vida
é poetizar a vida
é viver a poesia
é vida poética
é poesia viva
poesia é...