domingo, 6 de maio de 2012

Atriz


Atriz
Luciano Deschamps
12/2010

Em olhos que guardam a luz do palco
e em um abraço aquece o ato
consumado, ensaiado, decorado
rosto pálido, enfático, sorriso branco, opaco...

Fala a língua afiada palavras memorizadas
solta pausas, compassos e paradas
lenta, rápida, mágica, baixa, alta - entonação
resume perfeita a sua encenação

Sobe a cortina, você aparece
A luz acende e você obedece
Luz, som, público, aplausos
Lágrimas, suspiros, sustos, sorrisos

Blackout! Silêncio – longa pausa
Suspense, clímax, descanso, calma
Plateia levanta, aplaude de pé
Você recebe, sorri e agradece
A cortina se fecha e fica a saudade

sábado, 5 de maio de 2012

Minha vassoura

Aos meus 8 anos de idade, escrevi este poema. Com o passar dos anos, adaptei a linguagem do poema, mas a essência permanece. Espero que gostem.



Eu tinha uma vassoura de piaçava
Que parecia viva
Ficava sempre no canto da sala
Esperando a próxima varrida

Às vezes alguém a pegava
Pelo cabo de madeira
Colocavam um pano na ponta
E limpavam a sala inteira

Era o cúmulo
O acúmulo da sujeira na piaçava
Assim a vassoura não respirava!
Sonhava que alguém a limpasse
E de cabeça para cima a colocasse

O tempo passou e a vassoura se acabou
Tristes “memórias de um cabo de vassoura”
Quando enfim cheguei e olhei
Joguei-a fora, e outra vassoura comprei.